eu tenho asas que não deixam meus pés no chão.
vejo cores vivas em dias cizentos.
danço com o vazio. no vazio, rodopio sem parar.
saltito pelos corredores estreitos da minha casa.
faço dos dias importantes, uma brincadeira e, paradoxalmente, ao mesmo instante, das brincadeiras, dias importantes.
é. eu sou.
eu sou uma menina com seu vestido rodado, salpicado de flores que alguém deixou pelo caminho e foi morar lá pelas brenhas da Escócia.
os nossos olhares, apesar de se buscarem, não se encontram. mas sabemos, ambos, que exitem além das fronteiras, além das estrelas.